09/04/2018 às 08h09min - Atualizada em 09/04/2018 às 08h09min

SERÁ QUE OPOSIÇÃO POLÍTICA É APENAS SER DO CONTRA?

Hajj Hamzah Abdullah
Hajj Hamzah Abdullah - Hajj Hamzah Abdullah
Na democracia, o papel da oposição é claro: fiscalizar a administração, os atos dos governantes, atuar como agente capaz de aperfeiçoar proposições de governo, ser catalisadora das demandas e insatisfações populares e, de certa forma, ajudar o governo a errar menos e administrar melhor, criticando, apontando equívocos e incongruências, destacando as consequências de desacertos e denunciando erros e omissões. Oposição competente contribui para se alcançar o objetivo da ação política. Além disso, deve ser propositiva e apresentar caminhos diferentes dos atuais para garantir maior eficiência do setor público e possibilitar o constante crescimento de estados e municípios.
 
A oposição no Brasil não segue esses parâmetros; é sempre contra e faz oposição por oposição, sem linha definida e sem nenhuma coerência. Em nosso meio, onde a cultura política ainda está engatinhando é muito normal fazer oposição às pessoas, ou seja o grupo do fulano contra o grupo do beltrano. O que é lastimável, uma vez que as prioridades do município podem ser prejudicadas, principalmente quando o grupo opositor está alinhando ao Governo Estadual e Federal.
 
E o pior, é que isso não se restringe a uma camada menos culta da sociedade. Os  mais intelectualisados, mesmo percebendo que um opositor é capaz de cooperar e oferecer ótimas ideias e soluções fazem com que a comunidade aliada o entendam como mal feitor, e que está sempre travando o progresso do município e falando mal da administração. Com isso nascem as politicagens, as picuinhas, e que podem trazer consequências graves no campo pessoal e até familiar. Além de não contribuir em nada, para o progresso e para o crescimento individual. Numa democracia próxima do ideal pratica-se a defesa dos direitos fundamentais de todos. Não pode haver privilégios de  pessoas ou de grupos isolados.
 
No Brasil a desilusão do povo com os políticos chegou a pontos alarmantes. E não é para menos, a Polícia Federal, nos últimos tempos tem destampado os esgotos das corrupções, entre muitos outros eventos, mostra o quanto grupos econômicos e os conchavos políticos podem minar essas instituições democráticas e influenciar o destino do país para seus interesses, anestesiando os mecanismos de controle. Cortar essa sangria passa a ser prioridade. E não é com a descrença e com o afastamento das bases, das urnas, que vamos resolver o problema.
 
Melhorar a escolha dos políticos pela população passa pela informação, mas também por combater a decepção com a política. Veja o que diz o cientista político Jawdat Abu-El-Haj, pós-doutor em Ciência Política pela Columbia University: 
“O brasileiro passa a não se importar ao perceber que todos os que chegam lá fazem a mesma coisa, contribuem pouco e saem ricos; isso, infelizmente, esse desencantamento e votos de protesto acabam promovendo ainda mais o controle oligárquico do estado, pois ficam os mesmos”
Outra medida apontada por Jawdat Abu-El-Haj seria afinar a separação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para que a fiscalização fosse realmente efetiva. Para ele, um deputado ou senador só deveria receber um cargo no Executivo, como uma secretaria ou ministério, caso renunciasse o mandato no Legislativo. “Quando um governo não nomeia mais deputados e senadores, começa a buscar pessoas com outro perfil, mais técnico”, diz. “Além disso, o Parlamento deveria estar mais focado nos problemas da sociedade e menos preocupado em usar a administração para fazer carreira politica”. 
 
No meu entendimento todas essas teorias políticas e administrativas se tornam ineficientes se não houver uma mudança de postura na base da pirâmide. E isso é coisa de longo prazo e só ocorrerá com a mudança de um programa de educação, que poderá fazer com que a população faça uma mudança radical de atitudes.
 
“Aos olhos de Deus, as piores criaturas são os surdos e mudos, que não raciocinam”. (Surara 8:22). Obviamente o Alcorão não se refere aos surdo-mudos fisicamente, mas sim, às pessoas que não querem ouvir a verdade ou que ouvem mas não admitem a verdade com suas línguas. Um ouvido que seja incapaz de ouvir a verdade e que esteja pronto apenas para dar ouvidos à futilidades, na visão do Alcorão, está surdo. E uma língua que é usada apenas para proferir a futilidade e coisas absurdas, é muda. 
 
Nem Deus muda a condição de um povo, enquanto esse povo não mudar a sua própria condição. Neste ponto, o Alcorão fala-nos que é uma idéia correta que o destino pertença a DEUS, porém DEUS não impõe o destino sobre o homem quanto à totalidade de suas ações, decisões e escolhas, e não age indiferente a isso. O destino também possui um sistema ou ordem, e DEUS não muda o destino de nenhuma sociedade sem nenhuma razão; e apenas efetua alguma mudança quando um povo muda naquilo que é relativo ao mesmo, seja sua ordem ética ou social por exemplo. Por outro lado, o Alcorão encoraja os muçulmanos a meditar sobre as condições dos povos anteriores e os eventos que adviram sobre eles, e buscar nisso uma lição. 
 
Concluíndo, hoje e sempre nossa sociedade deve se convergir aos mesmos ideais, inclusive em combater os excessos. Isso no entanto deve ser feito sem agressões e com gestos que demonstram amor e caridade ao próximo. Que nossos governantes aceite os anseios populares, quando corretos com humildade e sem vaidades. Assim poderemos fazer de nossa pequena Corumbaíba Goiás, um exemplo de fraternidade, onde imperará a compreensão e a justiça social.
 
A paz esteja convosco.
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