24/01/2018 às 21h42min - Atualizada em 24/01/2018 às 21h42min

Lula não criou o populismo.

"E quem precisa de heróis!?"

Charles Rezende
O julgamento e a possível condenação do ex presidente Lula não transformará o modo que a maioria dos brasileiros votam. Criminoso tem que ir para a cadeia, ponto! Mas o problema que temos, a doença que nos definha, está muito longe de um ponto final; sempre existe um parêntese. O brasileiro gosta de votar no bonachão carismático; com algum relato de vida que se assemelhe a dele; que seja durão, mas chore as vezes; que beba pinga em público e faça um discurso ilusório de riqueza para todos "já"; ou, na outra ponta do populismo, votamos para o homem que seja a caricatura do rambo de gravata: meio burro, com dificuldades de falar com calma e corretamente; que prometa "justiça a qualquer custo" e não tenha medo de bandido. Gostamos dos extremos e dos extravagantes. 

O populismo e o  caudilhismo eficaz sustenta-se em culto à personalidade.Nem todos os caudilhos e populistas são ditadores à moda antiga: às vezes podem exercer forte liderança autocrática e carismática mantendo formalmente a norma democrática. 

Comandantes e imperadores romanos, A.C., eram  populistas que possuíam fortes laços pessoais com seus soldados. O apelo emocional só perde para a corrupção:o suborno, a compra de votos - mas hoje em dia não há mais quem só faça um ou o outro. "Os faça e depois dê dinheiro para eles. Sem chances de perder esse voto"!

O que estou tentando dizer é que aprendemos votar no vizinho que sempre nos fez rir, mas nunca foi bom em administrar a sua própria casa; aprendemos que política não presta e, já que são todos vagabundos, por que não ganhar um dinheirinho por esse voto que não adiantará em nada!?; aprendemos que quem fala mais alto, ganha qualquer debate; quem xinga primeiro é o mais corajoso e quem da o primeiro soco o mais audaz. 

-Tudo isso é populismo. E ele é está presente nos mais diversos meios e instituições que tentar, dignamente, manter e bancar a democracia, custe o que custar, mas estão sendo esmagadas por esse populismo que envenenou a política, a religião e todo o tipo de instituições. Devemos nos livrar do populismo e nos concentrar em pessoas capacitadas. Devemos compreender que boa vontade não é sinônimo de eficácia, quase nunca é. O Lula não criou o populismo, se aproveitou dele, e dos carentes e órfãos brasileiros que não tem heróis, como se precisássemos ter. É  a "síndrome da espera do messias". O meu já veio e fez o que tinha de fazer, agora é sentar o glúteo na poltrona e usar as maravilhas do mundo digital e pesquisar bem em quem votar.

Sola Gratia 
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