Por mais que você não perceba, a nanotecnologia está presente no seu dia a dia. Latas de refrigerante carregam nanopartículas de prata para prevenir a manifestação de bactérias.
A tecnologia também chegou à indústria da moda, com tecidos térmicos, impermeáveis e antibactericidas. A capacidade da nanotecnologia em organizar átomos e moléculas permite a criação de objetos superiores, intensificando o aprimoramento da construção civil.
Esse campo científico-tecnológico possui grande relevância. E o Brasil se destaca nas pesquisas em nanotecnologia. De acordo com o mais recente levantamento Web of Science, o país aparece na 13ª posição do ranking mundial de publicações de pesquisas. O país fica atrás apenas de potências como China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Alemanha.
O tema entrou em pauta pela primeira vez no final dos anos de 1950, mais precisamente em 1959. Naquele ano, o físico teórico norte-americano Richard Feynman introduziu o assunto durante uma de suas palestras.
As universidades começaram a pesquisar sobre o campo de conhecimento em 1970. A partir dos anos 2000, centros de pesquisa passaram a trabalhar na escala nanométrica. Vale citar que um nanômetro equivale a um bilionésimo do metro. Um fio de cabelo, por exemplo, possui cerca de 100.000 nanômetros.
Existem diferenças entre nanociência e nanotecnologia. A primeira estuda os princípios fundamentais e estruturas de dimensão ao menos entre um e cem nanômetros, conforme definiu o livro Nanotechnology: A Gentle Introduction to the Next Big Idea, de Daniel e Mark Ratner.
Já a nanotecnologia se refere a criação de dispositivos, sistemas e materiais com novas propriedades, por meio do controle da manipulação individual de átomos e moléculas, para fins comerciais e industriais. Em outras palavras, ela possibilita a criação de coisas em menor escala, porém, mais fortes, rápidas e eficientes.
Vários produtos, itens e serviços, de diferentes áreas, podem ser impactadas positivamente com o avanço da nanotecnologia.
Como mencionado, o Brasil está atrás apenas de nações consideradas potências em nanotecnologia. O nosso país possui diversos laboratórios referências, projetos temáticos e Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), onde são desenvolvidos novas pesquisas e produtos, que têm o objetivo de suprir demandas industriais.
Com o uso da nanotecnologia, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu uma maneira menos invasiva para tratar câncer de bexiga. Os pesquisadores “cobriram” nanopartículas de dióxido de titânio e, quando ativadas, impactam apenas as células tumorais, e não as células sadias.
Enquanto isso, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) faz parte do projeto "A Rede de Pesquisa Nanogene – Nanotecnologia aplicada ao desenvolvimento de vacinas e terapias gênicas", que tem o intuito de criar e produzir medicamentos e vacinas com base em genes.
A nanotecnologia está em todas as partes. Ainda na área da saúde, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, máscaras, óculos de proteção, aventais e toucas, carregam nanopartículas de prata, que inativam a ação de patógenos.
Desse modo, evita-se a probabilidade de contaminação cruzada de fungos, bactérias e vírus, dentro e fora de centros hospitalares, chances de contaminações cruzadas de vírus e bactérias.
A diferença entre cosméticos tradicionais e os fabricados com o auxílio da nanotecnologia está no princípio ativo, que, na forma de nanopartículas, promove maior eficiência. Portanto, o setor investe cada vez mais em pesquisas envolvendo nanociência e nanotecnologia.
Entre os benefícios, é possível citar a redução na incompatibilidade na formulação, facilita a solubilidade em produtos aquosos e aprimora a penetração dos ativos na pele. Assim, como a estabilização dos ingredientes ativos e redução de efeitos incômodos.
Afinal, diversos produtos podem ser aprimorados e ter seus efeitos intensificados. Com destaque para creme anti-rugas, clareadores faciais, tônicos faciais, shampoos, sabonetes, perfumes e esmaltes.
A nanotecnologia aparece em diferentes processos e etapas da indústria automotiva. Um bom exemplo é a sua presença em tintas utilizadas para pintar automóveis. A Mercedes-Benz, empresa alemã, conseguiu desenvolver uma tinta “à prova de riscos”.
Ela é composta de nanobolhas de tinta, com o mesmo tom da pintura do automóvel, que se rompem a partir de impactos de diferentes intensidades. Com isso, nanopartículas de tinta são liberadas automaticamente, para preencher as partes avariadas.
Esse campo científico-tecnológico tem papel importante na indústria de alimentos, sendo considerado um dos processos associados à food science que contribuiu para a evolução dos produtos alimentícios. O setor necessita de cada vez mais segurança e qualidade, aspectos assegurados pela nanotecnologia.
Seu uso pode acontecer em qualquer etapa da cadeia produtiva: agricultura, processamento, embalagem e suplementos.
Começando pela agricultura, por meio dos fertilizantes. Já os nanomateriais, ao serem adicionados nos alimentos, conseguem realçar o sabor e melhorar a textura do produto final.
Além disso, a tecnologia é utilizada em embalagens inteligentes, que indicam ao consumidor se o alimento está bom para o consumo, e embalagens ativas, que reduzem a possibilidade de contaminação e aumentam a vida da comida.
A nanotecnologia é predominantemente usada pelo setor para tornar alimentos menos perecíveis, aprimorar os sabores, deixar comidas mais saudáveis e melhorar a aparência e textura.
“A nanotecnologia apresenta um potencial muito grande no que diz respeito à agregação de valor e ao aumento da vida útil/tempo de prateleira dos alimentos. Também pode proporcionar menos desperdício e diminuir, consequentemente, o impacto da produção de alimentos no meio ambiente”, explica Cleila Guimarães Pimenta Bosio, especialista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ao portal Food Connection.
Desta forma, o meio ambiente também é afetado positivamente. O planeta vive uma crise climática, que atinge pessoas em todas as partes do mundo. E as indústrias alimentícias têm relação direta na degradação ambiental.
A tecnologia é grande aliada do setor, que busca atender a crescente demanda por alimentos de maneira inteligente, sem causar impactos ao meio ambiente.
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