18/05/2017 às 18h41min - Atualizada em 18/05/2017 às 18h41min

Olhares, relatos, lágrimas e sorrisos

- Claudia Fátima
Secretária de Educação, Cultura, Desporto e Lazer
Claudia Fátima
 Na semana de 08 a 12 de maio, no Salão de Festas da Paróquia, aconteceu a “Exposição de Antiguidades e Telas – promovida pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto - marcando assim, o início das festividades em comemoração aos 105 anos de emancipação política do município”.
     E o termo que, amiúde, ouvimos, durante o evento, foi a palavra saudade, o que, de certa forma, conferiu um charme ao acontecimento, uma vez que as peças,ali, expostas e a  mostra das fotografias,acidentalmente,compuseram o mosaico da linha de tempo das pessoas que fizeram - e fazem -a história de Corumbaíba.
     Olhares minuciosos, relatos nostálgicos, preciosas lágrimas e tímidos sorrisos seguidos das expressões:  ”...no meu tempo de menino/menina” ou a variável: “ ... sou do tempo que ...” indicavam  que a pessoa era capaz de se encontrar, em suas memórias,bem como na dos demais, também de estabelecer um paralelo entre o mundo contemporâneo e o passado ou entre a complexa tecnologia e o rudimentar .
     Era como se aquelas imagens e aqueles objetos atravessassem as pessoas e as desnudassem com o fino propósito de dizer-lhes que todos e todas deixam rastros por onde andam, seja de maneira ostensiva ou lacônica,marcas estas que se somarão positivas ou negativas ao tempo e,concomitantemente, à vida. Daí, a urgência de valorizarmos a memória daqueles e daquelas que nos ajudam a fazer o presente e construir o futuro,
   Também, era como se aquelas pessoas, por trás da assertiva: “... tempo bão num vorta mais...” quisessem a resposta para a pergunta: Com tanto avanço tecnológico, por que ainda não encontraram a tão falada felicidade?
     Porque esses e essas corumbaibenses - goianos/goianas - que, há pouco tempo, sentavam - se, à beirada do fogão, para beber um cafezinho quente e ouvir um “dedo de prosa”,aprenderam a ver a vida de um outro modo e acham muito doido o mundo tal e qual se apresenta e o jeito que encontraram para a ele sobreviver, é ir arranjando-se daqui e dali.
     Porque, para esses e essas corumbaibenses,  a simplicidade de outrora colaborava para a beleza da vida, já que era preferível ter apenas duas “mudas” de roupa a ter um closet recheado de vestimenta esperando a ocasião certa de ser usada;andar longas distâncias a pé a experimentar a velocidade de um carro;dividir com a vizinhança a carne adquirida no abate do bovino ou suíno a ter,sozinho, um freezer cheio da iguaria; armazenar a comida, em latas ou grandes balaios;guardar os dias santos;andar a cavalo,no vizinho, em tempos de lua cheia;receber bem as visitas conceituadas e queridas;trocar dia de serviço,em tempos de dinheiro difícil;escrever longas cartas e esperar pela resposta delas,às vezes, tardiamente;sentar-se,à tarde,para contar causos e causos,depois de um longo  penoso dia de trabalho.
   Dessa forma, esses e essas corumbaibenses tinham muito pouco, mas desfrutavam de sossego, na vida, enquanto, hoje, alguns e algumas têm dinheiro sobrando, no bolso, e não dispõem de tempo de desfrutar as facilidades advindas dos avanços tecnológicos, ao passo que outros e outras padecem o mínimo necessário à sobrevivência.     
     Porque, na verdade, o que esses e essas corumbaibenses querem é a resposta para a pergunta: “Quando os avanços tecnológicos proporcionarão a equidade às pessoas ou diminuirão as desigualdades sociais, conterão as inúmeras guerras, coibirão a violência e trarão segurança às famílias”?
     Em outras palavras, será que esses e essas corumbaibenses não estariam afirmando que os avanços tecnológicos precisam oportunizar tudo isso, e, caso não estejam, eles não estariam cumprindo, de fato, seu papel social, visto que as pessoas desejam saber que rumo tomará o mundo?
     Então, ficamos com Gabriel García Márquez:
“A vida cotidiana, na América Latina, nos demonstra que a realidade está cheia de coisas extraordinárias.”
      Dentre as coisas extraordinárias, o que dizer sobre o refinado trabalho de nossos artistas - plásticos e de nossas artistas – plásticas corumbaibenses?
      Nada mais poderia ser acrescido, pois as telas falavam por si, as emoções gritavam, ali, e as tintas brincavam com o de mais belo possuía o ser humano, trazendo à tona os encantos da vida.
      As  imagens sobre as quais repousavam os olhares fascinados de quem as admirava pareciam traduzir o que, muitas vezes, as palavras não conseguiam,conduzindo, dessa forma, o espectador e a espectadora a um espacinho reservado,dentro deles/delas, onde a arte e a pessoa humana encontravam-se para proceder à ressignificação da pessoa.  
    Por resinificar, entende-se tudo aquilo que consegue atribuir um novo sentido aos acontecimentos, à vida, isto é, seria uma maneira diferente de encarar o trivial, fazendo dele algo fascinante.
    Seria o mesmo que aproveitar tudo o que a vida oferece e transformar tudo isso em uma obra de arte, extraindo dela o que realmente valeria a pena. E isso a arte é capaz de fazer bem, porque ela é capaz de libertar as amarras das pessoas, soltar o espírito!
    Além de, também, aguçar o subjetivismo presente, em cada um e cada uma, pois a leitura de uma obra de arte torna-se mais viva àquelas e àqueles que têm uma sensibilidade apurada.
     Dessa forma, uma VIVA aos artistas e às artistas que celebram os 105 anos de Corumbaíba resinificando a vida, a história do povo.    
     Enfim, a “Exposição de Antiguidades e Telas  – preparada pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto – possibilitou mais um ato de aprendizado, mais uma aula de História aos presentes e às presentes que a visitaram, ou seja,mais uma promoção do simples que habita o interior de cada um e de cada uma.
 
     Por isso, nossos sinceros agradecimentos:
 
A cada um e a cada pelo empréstimo das relíquias que lhes eram tão caras: Anna  Nelly Bombonatto Ursini, Aparecida de Fátima Lemes Machado, Lilya Lemes Machado, Luzia Maria Martins Naves, Marlene Florinda da Cruz,Gerusa Teixeira Gondim, Jerônima Natalina da Silva Ramos, Renilda Rosa Arrates;
A cada artista-plástico e cada artista-plástica pela exposição das telas lindas: Aparecida de Araújo Rezende, Aparecida Pimenta Oliveira Brito, Cleres Helena Batista Menezes Carrijo, Elza Lemes de Oliveira, Maria da Glória Neves de Araújo, Noemy Oliveira Cardoso Costa,Orlando Silva Martins Neto, Reni Oliveira Martins,Rildo Clarindo Donizete;
À Secretária Municipal de Educação, Cultura e Desporto -  professora Janãine Daniela Pimentel Lino Carneiro - pela valorização de nossas idéias e pelo constante incentivo;
Ao prefeito - Wisner de Araújo Almeida - pelo apoio;
À Secretária de Ação Social, Cidadania e Trabalho - Lara Rodrigues Teixeira de Araújo, pela presença maravilhosa;
Ao Diretor do Patrimônio Histórico Material e Imaterial da Cidade de Corumbaíba - Edílson Henrique da Costa - pela cessão do acervo fotográfico, enriquecendo a exposição;
Ao Secretário de Administração, Planejamento e Infraestrutura - Keny Glaúcio Rosa de Morais - pelo companheirismo;
Ao Secretário de Finanças - Carlos José de Oliveira, pela liberação do “din-dim”;
Ao Secretário de Transportes - Irineu Ferreira Borges Júnior, pela viabilização do frete para carregamento das peças e telas;
À Juliana Aguiar de Sousa, por colocar em comum seus talentos brilhantes.

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