23/02/2019 às 07h05min - Atualizada em 23/02/2019 às 07h05min

Produtores de leite protestam contra a qualidade no fornecimento de energia em frente à Enel, em Goiânia

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Produtores de leite protestam contra a qualidade no fornecimento de energia em frente à Enel, em Goiânia

Produtores de leite protestam contra a qualidade no fornecimento de energia em frente à Enel, em Goiânia

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Um grupo de 500 produtores de leite de diversos municípios de Goiás protestou, na tarde desta sexta-feira (22), em frente à sede da Enel, no Jardim Goiás, em Goiânia. O objetivo era chamar a atenção da empresa diante da má qualidade do serviço de fornecimento de energia que vem sendo prestado. Durante o protesto, foram acendidas velas em frente à empresa e doados dois mil litros de leite à Vila São Cottolengo, Casa de Eurípedes e Paróquia São Francisco.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, apontou que a atual situação do fornecimento é “insuportável”. Ele disse que com a venda da Celg para a Enel, a expectativa era de melhorias e investimentos. “Ou toma-se providência ou toma-se providência. Muitos setores têm sido prejudicados por causa disso. Isso impacta na geração de emprego, no desenvolvimento da empresa e no direito básico da cidadania”, conta.

A relação entre a Faeg e a empresa estaria estremecida. O presidente ressalta que o principal objetivo com a venda da Celg era o investimento do setor energético goiano. “Queremos uma resposta para saber o que falta para começar esses investimentos. Em conversas informais, eles [Enel] alegam que têm dinheiro para investir. Se tem o dinheiro, o que é que falta para começar esses investimentos? Goiás e a sociedade goiana não merecem o tratamento que a Enel está dando”, afirma.

comitiva da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) veio a Goiás, na última quinta-feira (14). Durante visita, ficou acordado a elaboração de um plano emergencial para conter as principais medidas a serem tomadas de curto prazo. O prazo para a conclusão é de 10 dias. “Mas não vamos nos calar! Iremos buscar juntos à Aneel, ao Ministro de Minas e Energia. Recebemos a informação de uma articulação sobre a instalação de uma CPI para investigar esse caso. Este protesto é apenas o início”, conta.

Deputados goianos já entraram com pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar a empresa. Enquanto Henrique Arantes (PTB) quer avaliar o cumprimento dos requisitos do contrato, Alysson Lima (PRB) solicitou avaliação do processo de venda, concretizado em 2016.

Investimento Privado

Muitos produtores de leite chegam a investir em geradores para que a falta de energia não comprometa a produção. Um deles é Marco Sérgio Batista Xavier, de Cromínia, a 82 quilômetros de Goiânia. “Teve casos de chegarmos a ficar mais de três dias seguidos sem energia na região. Nosso produto é perecível e isso não pode acontecer”, destaca.

Marco conta que fez um investimento em torno de R$ 40 mil na compra do gerador, instalação e combustível para funcionamento. “É um absurdo ter um gasto com um serviço que pagamos e que não é nada barato. Não há adjetivos para caracterizar o que passamos na mão da Enel atualmente”, desabafa.

Além disso, o produtor questionou o fato da cidade que mora contar apenas com uma equipe para atender sete municípios da região. Caso os moradores precisem de atendimentos fora do horário comercial, isso não acontece.”Isso é inadmissível. Tive condição de fazer um gasto desses, mas e quem não tem? Realizar um gasto com algo que devemos ter o direito de termos não é justo. Se eles compraram, eles deveriam ter ciência de todas as contas e do que deveria ser feito para melhorar os serviços”, ressalta.

Em nota, a Enel alegou que mantém contato com a Faeg e produtores rurais, principalmente do Sudoeste do Estado, para discutir as necessidades dos clientes. A empresa também destacou que, quando assumiu a antiga Celg, os índices de fornecimento estavam ruins e a empresa estaria “deteriorada”.  E pontuou que já foram investidos mais de R$ 1,5 bilhão. Sobre o caso de Cromínia, a empresa informou que os colaboraram realizam serviços emergenciais 24 horas por dia, todos os dias, e que as equipes são definidas “de acordo com a quantidade de solicitações e são reforçadas em casos de aumento de demandas.” Leia a nota completa abaixo.

A Enel Distribuição Goiás informa que tem se reunido com representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e produtores rurais, principalmente, da região sudoeste do Estado, para discutir sobre os trabalhos que estão sendo realizados e necessidades dos clientes. A companhia reforça que respeita a manifestação e continua aberta ao diálogo. A Enel tem compromisso com consumidores de Goiás e tem trabalhado para a melhora constante da qualidade do fornecimento de energia no Estado. A empresa esclarece que os índices de qualidade da distribuidora, fiscalizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já apresentam melhorias, tendo a duração média das interrupções do fornecimento de energia (DEC) reduzido em cerca de 6 horas em dezembro de 2018, em relação a dezembro de 2017 – a melhor duração desde dezembro de 2011.  Com relação à frequência média de interrupções (FEC), o número alcançado em 2018 é o melhor da história da companhia. A companhia acrescenta que dos 148 conjuntos elétricos, em que o Estado é dividido, 101 já apresentaram melhoras no DEC, e representam 73% do total do número de clientes.  A empresa informa, ainda, que quando assumiu o controle da distribuidora de energia de Goiás, em fevereiro de 2017, a rede da companhia no Estado estava deteriorada.  Já foram investidos mais de R$ 1,5 bilhão, volume de recursos que representa bem mais que o dobro dos R$ 300 milhões anuais que a antiga CELG D investiu em 2015 e 2016, antes da privatização. Como as obras em curso são grandes e complexas, contribuirão ainda mais com a melhora da qualidade no médio prazo. A Enel Distribuição Goiás informa que as equipes de atendimento emergenciais trabalham 24 horas, todos os dias da semana. A companhia reforça que a quantidade de equipes por município são definidas de acordo com a quantidade de solicitações e são reforçadas em casos de aumento de demandas. 


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