Reprodução
Na última semana, um vídeo sobre Alzheimer e Cannabis viralizou na internet brasileira. Nele, o goiano Filipe Barzan Suzin, de 28 anos, conta que, depois de muitos anos, o pai conseguiu reconhecê-lo e dizer que o ama. Ivo Suzin foi diagnosticado com a doença há seis anos. Em apenas seis meses de uso do óleo de Cannabis, produzido a partir mesma planta da maconha, ele apresenta melhoras significativas.
Mesmo que o filho tenha sido reconhecido apenas por um breve momento, a família comemora a vitória. Em entrevista concedida ao Mais Goiás, Filipe conta como o medicamento fez com que a doença parasse de evoluir. E se emociona ao relembrar a luta da família até aqui.
Quando tinha 52 anos de idade, Ivo Suzin foi diagnosticado com Alzheimer. Depois de muitas drogas farmacêuticas que o dopavam, em 2019 ano ele começou o tratamento com o óleo. Desde então, a família tem notado melhorias no dia-a-dia: ele agora come e dorme melhor.
Hoje Ivo tem 58 anos e faz o tratamento com o óleo de Cannabis há seis meses. Agora, a família goiana luta para que o tratamento seja oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Tem muita gente que precisa, mas quase ninguém consegue”, explica o rapaz.
Desde abril Filipe divide parte da rotina e experiência com o pai em uma conta no Instagram (@curandoivo). Foi assim que a história da família goiana viralizou na internet. Nos vídeos é possível notar a mudança de comportamento do pai. Antes agressivo, agora ele é mais tranquilo, amoroso e paciente com o filho e a esposa.
“Nos vídeos que publiquei, meu pai estava realizando o tratamento há três meses. Neles, já é possível ver melhora no quadro de saúde, agora, com seis meses de tratamento ele está bem melhor. Ele teve melhoras sensacionais. Depois de muito tempo, ele me chamou novamente de filho e disse que me ama”.
Apesar do beneficio medicinal da Cannabis, o acesso à planta não é fácil no Brasil. O principal motivo é que a substância é ilegal. Isso porque ela é usada como droga psicoativa. Com mais de 400 substâncias,as principais são canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin (THC). “Eu comecei a estudar sobre os efeitos dela em 2013 e já tentei cultivar em casa, mas minha mãe ficava receosa por conta de ser uma planta ilegal”, explica o rapaz.
Foi por meio da Organização Não Governamental (ONG) Ágape Medicinal que a família teve acesso ao óleo da Cannabis. Ao Mais Goiás, Filipe explicou do que se trata: “É o extrato completo da planta. Muita gente compra o importado, que custa em torno de 5 mil reais. Mas ele é limitado e possui apenas parte da planta, e só possui CBD”, explica Felipe. “O que meu pai está usando é mais eficaz, o óleo tem CBD e também o THC”, completa.
O rapaz diz que depois que o conteúdo começou a viralizar a quantidade de pacientes aumentou de 20 para 100. Outras 400 pessoas ainda estariam na fila de espera. “Hoje, quem cultiva a Cannabis para fins medicinais, vai na cara e na coragem. A Ágape mesmo, não tem nenhum incentivo. E assim é difícil para que eles mantenham o tratamento com os pacientes”, pontua. “É preciso que a planta seja reconhecida como fator terapêutico”, finaliza.
