Segundo o Banco Mundial, o Brasil é o país com o maior custo burocrático do mundo, com gastos que ultrapassam os R$ 60 bilhões, o país ocupa também a 14ª colocação no quesito carga tributária e conta com o pior retorno no tocante aos serviços públicos ofertados, segundo o IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, ainda, somos a nação com o maior custo em encargos trabalhistas do planeta, de acordo com Rede Internacional de Contabilidade e Auditoria - UHY.
Todo este cenário de alta burocracia, tributação elevada e encargos trabalhistas aviltantes, cria um ambiente empresarial aonde o empreendedor deve ter cautela e realizar seu planejamento empresarial de forma bem estruturada, a fim de não incorrer em perdas inesperadas.
O advogado Philippe de Lazaro*, sócio da PRIME CONTABILIDADE, responsável pela área de reestruturação empresarial e planejamento de empresas nos explica as dificuldades que o empreendedor encontra ao se lançar no mercado empresarial. Empreender no Brasil tem se mostrado uma tarefa extremamente difícil.
O mercado é formado em sua grande maioria, cerca de 92%, por pequenas e médias empresas, ou seja, somos um mercado empresarial de pequenas empresas, entretanto, este pequeno empresário, tem que lidar com uma enorme burocracia, normas regulamentadoras complexas, tributos difíceis de calcular e com uma carga pesadíssima, todo este cenário faz com que 70% destas empresas não cheguem aos 5 anos de vida.
Em sua visão, para que o empreendedor consiga atingir sua finalidade, é de suma importância o planejamento, e este vai desde da definição do tipo de negócio à estrutura societária adequada.
O pequeno empresário tem o costume de buscar preços baixos, claro, o preço é um fator determinante para um novo negócio, mas nem tudo pode se resumir a pagar o menor preço. Vivencio todos os dias empresas que buscaram soluções baratas, sejam as ferramentas, seja na área de assessoria, e o resultado em sua grande maioria não é satisfatório.
Ele aponta que o investimento em uma boa assessoria é determinante para o resultado proveitoso, diminuindo o risco com falhas e custos não estimados no momento da abertura do negócio.
O empresário precisa entender que buscar profissionais que estejam conectados com o mercado, que vivenciam os diversos setores diariamente, trará uma visão crítica e valiosa ao seu negócio, a definição de um bom plano de negócio irá permitir uma correta precificação de seus produtos e serviços, um correto posicionamento de mercado, delimitando de maneira estratégica que parcela do mercado deve inicialmente focar sua energia, bem assim, as opções fiscais disponíveis para um menor impacto tributário.
Para nosso entrevistado, há muita oportunidade no Brasil, o grande problema é que a maioria dos empreendedores realizam as mesmas práticas que seus concorrentes, por consequência, gera grande concentração de concorrência em uma mesma fatia do mercado.
A nova empresa deve ter em seu plano ser diferente, o mercado se especializou e o consumidor também. Muitas são as oportunidades que o mercado de hoje propicia para o empreendedor com boas ideias, seja, no tocante aos modelos de negócios, como é o caso do crescimento de modelos utilizando o franchising, o licenciamento de marcas e mesmo a cessão de know how, seja com a definição das ferramentas utilizadas, como é o caso dos aplicativos, plataformas interativas, entre outras opções, estas estratégias devem ser tratadas com profissionais do mundo empresarial, contadores com formação para tal, advogados, economistas, dentre outros profissionais que se dediquem a estudar o mutável mercado, e estejam sempre atentos a novas oportunidades e ferramentas.
*Philippe de Lazaro – Advogado especializado em tributação e direito empresarial e sócio da PRIME ASSESSORIA E CONSULTORIA CONTÁBIL – www.primeacc.com.br
