18/11/2017 às 10h36min - Atualizada em 18/11/2017 às 10h36min

Só o Silêncio pode Amenizar a Tristeza!

Hajj Hamzah - Hajj Hamzah
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Em 1974 eu me deparei com uma canção do Zé Rodrix, chamada MUITO TRISTE. A letra continua tão atual, que até parece que o tempo parou. Veja que na época eu tinha apenas 22 anos e era seminarista em Vitória (ES). Ele cantava assim:  Ta Todo Muito triste. Cantando Musicas Triste. E Cada Dia fica mais Fácil Cantar assim. Ninguém Consegue Mais se Espantar Com Esse Jeito Tão Comum. De Cantar. E Eu Posso Falar, Eu tiro os outros. Por mim. Ta todo mundo muito triste Tentando Ver os Claros da Vida E Cada dia fica mais difícil Não se Ver a Escuridão. Ninguém Consegue Olhar Mais Ninguém de Frente. Ninguém consegue mais Se entregar Contente Ninguém consegue mais, Abrir as portas do Coração. Ta Todo mundo muito, Triste Como se fosse Quarta Feira de Cinzas De Um Carnaval antigo. Ta Todo mundo muito, Triste Cantando musicas Triste. E Cada Dia Fica mais Fácil. Cantar assim. Eu tiro os outros Por mim. Eu tiro os outros Por mim. Ta Todo mundo muito, Triste Como se fosse Quarta Feira de Cinzas De Um Carnaval antigo. Ta Todo mundo muito, Triste Cantando musicas Triste E Cada Dia Fica mais Fácil Cantar assim. Eu tiro os outros Por mim. Eu tiro os outros Por mim.
 
Quarenta e três anos depois vivemos uma época onde impera a inversão de valores. Vivemos trancados em grades de ferros em nossas próprias casas, enquanto os verdadeiro bandidos estão soltos pelas ruas e cada vez mais ocupando cargos estratégicos no país. Vivemos em uma Pátria do faz de conta. Faz de conta que tem educação, saúde, segurança, justiça social, livre expressão, que não tem preconceito, que é laico, e por aí afora. Nunca se viu tanta roubalheira em todas as esferas de poder. A ponto, de ninguém mais se indignar, nem quando a polícia militar da nossa pequena Corumbaíba Goiás, prendeu alguns meliantes em um hotel na cidade com quase um milhão de reais em espécies.
Também não nos indigna mais o sofrimento dos nossos semelhantes. O país avança a passos largos para o aumento dos desempregados, mais de sete milhões de pessoas passando fome. E está tudo bem. Ver as ruas inundadas de mendigos, viciados, verdadeiros mortos vivos perambulando por todos os municípios do país, já não perturba mais ninguém.
Numa época cada vez mais barulhenta, em que a tecnologia e os bens materiais sobrepujam a moral e os bons costumes, não se pode nem se dar ao luxo de escutar o silêncio.

“Nunca se precisou tanto na terra de encontrar alguns oásis de silêncio”, diz o Cardeal Robert Sarah em seu livro A Força do Silêncio - Contra a Ditadura do Barulho. Para o cardeal Robert Sarah, à força de tanto descartar o que é divino, o homem moderno mergulhou num enorme vazio que é uma provação angustiante e opressora. O cardeal vem por isso lembrar que a vida é uma relação silenciosa entre o que há de mais íntimo no homem e Deus. O silêncio é indispensável para a escuta da música de Deus; e a oração nasce do silêncio e volta incessantemente a ele de uma forma cada vez mais profunda.

Diz ainda o Cardeal, : “os homens que não conhecem o silêncio poderão alguma vez atingir a verdade, a beleza e o amor? A resposta é clara: tudo o que é grande e criador implica silêncio. Deus é silêncio.

A esse respeito de substituir o silêncio pela pronta resposta, nos diz o Escritor Augusto Cury:  Pensar antes de reagir é uma das ferramentas mais nobres do ser humano nas relações interpessoais. Nos primeiros trinta segundos de tensão, cometemos os maiores erros de nossas vidas, falamos palavras e temos gestos diante das pessoas que amamos que jamais deveríamos expressar. Nesse rápido intervalo de tempo, somos controlados pelas zonas de conflitos, impedindo o acesso de informações que nos subsidiariam a serenidade, a coerência intelectual, o raciocínio crítico. Um médico pode ser muito paciente com as queixas de seus pacientes, mas muitíssimo impaciente com as reclamações de seus filhos. Pensa antes de reagir diante de estranhos, mas não diante de quem ama. Não sabe fazer a oração dos sábios, nos focos de tensão, o silêncio. Se vivermos debaixo da ditadura da resposta, da necessidade compulsiva de reagir quando pressionados, cometeremos erros, alguns muito graves”.

Daí, alguém pode estar pensando, o porque da música do Zé Rodrix, no início desse artigo? Apenas, para concluir, que para as pessoas que ainda conseguem utilizar 10% de raciocínio lógico e da ética, o mundo continua sim, muito triste, e cada dia fica mais fácil ficar assim.
Até quando isso vai? Até o dia em que descobrirmos o poder do silêncio! E que tudo de mais nobre dessa vida se encontra no silêncio e não nos berros dos exaltados!
A paz esteja convosco!
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